Ah e tal... a minha é maior tua!

A minha é maior que a tua! Vivemos num mundo de dimensões comparavelmente invejáveis, numa disputa constante de dimensão inexorável.

A minha é maior que a tua!

A minha casa, a minha conta,
A minha mota, a minha angústia
A minha felicidade, a minha tonta
A minha fome, a minha prima Augústia

A minha curiosidade, a minha inteligência
A minha minha, a minha tua
A minha dele, a minha Vossa Excelência
A minha vestida, a minha nua

A minha demência, a minha loucura,
A minha actual, a minha futura
A minha de sempre, a minha de amanhã
A minha vizinha e a minha mamã!

A minha é maior que a tua!
Mas a minha cresce mais!
Até a minha mulher é maior qua tua!
Cuidado que ela se vai virar!




A minha insónia é maior que a tua (não é que conheça alguma Sónia “in” nem que tenha estado “in” Sónia nenhuma), e a minha vontade também. Por isso tenho este devaneio galopante numa ascensão meteórica de parvoíce gritante. E a vontade de escrever é constante. E maior que a tua! E desde sempre tudo se comparou, assim se leu e assim se estudou:

As maiores armas e os maiores barões assinalados,
Que da
maior ocidental praia Lusitana,
Por mares
maiores nunca de antes navegados,
Passaram ainda além da
maior Taprobana,
Em perigos
maiores e guerras esforçados,
Mais do que prometia a
maior força humana,
E entre
maior gente remota edificaram
Novo Reino
maior, que tanto sublimaram;

A minha é maior que a tua! Excede a tua em grandeza, Já é assim dos avoengos, será assim nos descendentes, será para sempre esta certeza! A minha é maior que a tua! Será humana a vontade de comparar e ser maior?! Ou será maior a comparação humana de ter vontade?! Não sei. Mas sei que maior é a vontade, de ter tudo e de não ter idade.

Sei que a luta maior é verdadeira, sei que é nua e sei que é crua, porque afinal e sem brincadeira… a minha é maior que a tua!

E a tua ninguém a quer!

Tou

Tou mais velho que ontem
Tou mais velho que o mês passado
Tou mais velho que há um ano…

E tou mais velho no bilhete de identidade!

O meu bilhete de ida tem agora mais um carimbo. Um carimbo de confiança, um carimbo tranquilo, um carimbo deslumbrado! Um carimbo reluzente de esperança e certeza. Certeza no que é certo e no que certo será! É certo que tou mais do que estava!

Tou mais certo
Tou mais calmo
Tou mais confiante
Tou mais feliz


Tou mais aprendiz da vida e menos mestre da indiferença. A luz do caminho brilha mais forte e ao longe vejo mais um carimbo. Desta vez, tenho mais vontade de lá chegar! E depois deste quero outro e mais outro e mais outro… E com um sorriso nos lábios. Como é bom o calor da certeza! É bom dormir nos braços da confiança, como um bebé aconchegado na envolvência progenitora. Durmo bem porque tou mais descansado. Durmo bem porque tou mais agradecido a todos. Durmo bem porque tou mais quente. Durmo bem porque tou mais velho…

Tou mais velho que ontem
Tou mais velho que o mês passado
Tou mais velho que há um ano…

Tou…? Quem fala?!

Fala a voz da razão que se faz ouvir no eco do pensamento. Tenho pensado, tenho pensado muito e concluído ainda mais. Concluí que andava a pensar mal. Concluí que nem pensei que pensava concluir. Mas concluí e carimbei! E é por isso que tou!

MVASM

E porque há pessoas que nunca devem ser esquecidas,
E porque há trabalhos bem feitos,
E porque há coisas que vale a pena ver,
E porque a única maneira de contibuir é divulgar...

Aqui divulgo um sítio,
Para que nunca se esqueçam desta pessoa,
Para que vejam um trabalho bem feito,
Para que não percam a possibilidade de o ver,
E porque assim contribuo!

http://mvasm.sapo.pt/index.html



P.S. - E já agora... como sei que não vão aos museus, assim os museus vão até vós!

Telepaciência

- Banco Burocrático Português, bom dia, fala a Márcia Dificuldades, em que posso ser útil?

- Bom dia. Estou com problema em aceder às minhas contas na internet e…

- Muito bem, estou a falar com o senhor… ?

- António Jásem Paciência Esperançado.

- Diga-me sr. António Esperançado, tem consigo os seus pés?

- Sim, os dois!

- Então diga-me por favor o número de dedos do pé esquerdo…

- Ah… bem… cinco?

- Só um momento que estou a introduzir no sistema… Muito bem, agora diga-me por favor se já foi à casa de banho hoje?

- Bem, quando me levantei, mas quer especificar melhor ou tanto faz o que lá tenha ido fazer?

- Sr. António Esperançado para aceder à sua ficha, e por razões de segurança, temos que fazer algumas perguntas e…

- Pois, mas... Se fiz de pé ou sentado tem alguma...

- São normas de segurança espero que perceba que só estou a fazer o meu trabalho.

- Bom, tem razão desculpe. Eu é que estou Jásem Paciência, mas Esperançado! Já fui sim. Duas vezes que a morcela de arroz com couves, caiu-me mal!

- Muito bem, preciso agora que me diga se gosta mais de morango ou peixe?

- Chocolate…

- Sr. António, volto a lembrar que estou a fazer o meu trabalho e que assim...

- MORANGO!

- Um momento…

(música)
10 minutos depois…

- Sr. António Esperançado, muito obrigado por ter estado à espera. Existe realmente um bloqueio nas suas contas e temos que fazer nova activação.

- Mas é muito urgente porque não consigo aceder ao meu dinheiro e…

- Por isso mesmo, para que possa aceder rapidamente temos que reactivar…

- Ok… e então o que preciso fazer?

- Tem duas possibilidades: ou se dirige a um balcão e preenche o modelo 514b em quadruplicado, mostrando os pés para ser feita a contagem de segurança, com o respectivo comprovativo de ida à casa de banho (com menos de uma semana), é sujeito a um exame da retina para comprovação de identidade, faz 3 flexões de braços, canta o “Fui visitar a minha tia a Marrocos” (sempre descalço) e aguarda 3 meses que lhe seja enviado para uma caixa postal em Vila Velha de Ródão o novo código ou então declama agora os Lusíadas (sem ler), imita um cão, um porco e um cavalo, diz o 3º e 5º número do Euromilhões da próxima semana, reza duas Avé-Maria e um Pai Nosso e recebe o novo código de consulta no nosso balcão de Ponta Delgada, que tem que ser levantado presencialmente daqui a 2 semanas.

O que prefere?
Sr. António?! Sr. António Esperançado..?
Olha… desligou! Estas pessoas também só querem é facilidades!


Homenagem ao Totta e a todos os seus Tottenses, e a mim que sou tótó em não mudar de banco, pelos serviços prestados ao telefone nas últimas 3 semanas!

P.s. - E ainda não tenho os códigos!

Passada de Caracol

Passada é a casa que se transporta nas costas de um qualquer caracol bicha, porque nas costas de um caracol bicho é passado!

É passado, não porque – Já estou passado! – mas, porque estou passado pelo passado que passou e que trago comigo.

Na passada de caracol do dia-a-dia transportamos o passado às costas. Seremos no presente o produto do passado caminhando para o futuro? Ou será o futuro um presente do peso do passado?




Agora que já estou passado com tanto presente, não quero que o meu futuro se deixe influenciar pelo meu passado. No entanto, eu sou o meu passado a caminhar no presente com um presente em direcção ao futuro que não quero deixar passar. E não deixo! Passarei pelo presente, sem me deixar passar pelo passado com passadas largas num caracol rumo ao futuro!




E que futuro!


E a todos deixo um presente que se adivinha:

Passava mas não passou, porque passou quem passou
Se não passasse quem passou, passava
Mas como passou quem passou
Não passou!

O que é?
Responderei a esta adivinha do meu passado no futuro… como um presente dado!

Rei Leão

Nasceste da vontade da vida, na aurora de um acontecimento que se quis grande pelo simples facto de não o ser. Afinal, eras só mais um que nascia. Eras só mais um que entrava na roda da vida. Que sorte te calharia?

Nem sei bem. Não sei bem, porque na verdade ainda hoje não sei bem o que sei. Mas algumas coisas sei. Sei que gosto de ti. Sei que és uma fonte de inspiração para a minha caminhada. Sei que cada passo que damos juntos mesmo que separados, nos une cada vez mais mesmo que ao longe. Sei que cada dia que nasce no amanhecer do nosso conhecimento, é mais um degrau desta escada que somos nós. Sei que és meu amigo. Sei que gostas de mim. Sei que a tua luz ilumina a escuridão da minha existência. Mas sei sobretudo… que nunca saberei o que dizer para que saibas tudo o que sei que gostaria que soubesses!

És o verde da esperança de uma vitória neste jogo da existência coexistida! Já deste 6-0 na vida. Que grande vitória! És o sexto violino na equipa do meu orgulho e o bota de ouro na tabela da minha vida! É por ti que torço nos Domingos do nosso crescimento. Obrigado Rei Leão!

Que os parabéns que mereces por existir se estendam a todos os dias e não só ao de hoje. Que as imagens do nosso rir sejam sorrisos como estes…


Parabéns Pai!

Praia da minha vida!

A vida chegou perto de mim e perguntou:

- Queres mudar-me?

Pensei, repensei, reflecti, aquiesci mas inquiri:

- Mudar-te para onde?

- Não é para onde, é como! Já te perguntaste o que podes fazer comigo?

- Bem… na verdade pensei pouco. Mas posso fazer um exercício rápido e dizer por exemplo… hum… por exemplo… posso… sei lá, tanta coisa!

- Ou coisa nenhuma, como fazes agora!

- Que exagero! Não é bem assim… eu faço. Eu até faço! Eu faço… deixa cá ver… ah… bom, mas não fazer nada também é uma arte! Não fazer nada é uma maneira de fazer alguma coisa!

- Isso é para convencer quem? Não te iludas… se não fizeres nada por mim eu também não vou fazer nada por ti!

- Mas que vida a minha! Pensei. Mas agora a vida também já tem opinião própria? Onde é que isto vai parar?! Qualquer dia é a vida que comanda o sonho!

Não pode ser! Não se pode deixar que isso aconteça. Todos sabemos que é o sonho que comanda a vida! E a minha vida não pode ser diferente e o meu sonho também não! (…)





Abençoado pelo acaso, deu à costa da minha existência uma onda de esperança. Uma onda de mudança que me fez olhar para tudo de outra maneira. Em boa hora acolhi nas minhas areias aquela água de um mar doce e salgado que alisou por completo todas as inconstâncias do passado. Olhei, senti, fiquei e sorri… o sol aquecia esta decisão e a vida ao caminhar chapinhando nesta água terna e morna, encheu o peito de ar e gritou:

- ADOREI O QUE FIZESTE COMIGO!!

Sorrimos e juntos caminhámos satisfeitos na minha praia com a alegria e a inocência de duas crianças satisfeitas, duas crianças comandadas pelo sonho, comandas pela vontade, comandadas pela tranquilidade de existir!

Desde esse dia a vida nunca mais saiu da minha praia, desde esse dia que a vida brinca na onda que chega todas as manhãs. Desde esse dia percebi que a onda do teu mar chega à minha praia, à praia da minha vida!