Mostrar mensagens com a etiqueta Zafón. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Zafón. Mostrar todas as mensagens

Cartas de um invejoso

Caro amigo Zafón,

É com grande admiração que lhe escrevo estas linhas, alguns minutos depois de virar a página 568 do seu último romance “O Jogo do Anjo”. Arrepiado, ainda, da emoção mais recôndita da minha alma que me fez ler de manhã à noite (literalmente), passando pelas horas de almoço, não consigo deixar de lhe transmitir estes sentimentos.

A subtileza enraizada no cruzar de enredo com o outro, também magnífico, “A Sombra do Vento”, a pureza da imaginação comparada em cada descrição que me transportou a todos e a cada um dos locais da história, a imaginação desperta na criação das personagens, o forte sentimento que envolve cada um deles, a continuação de um livro que fala de livros e escritores e leitores, a genialidade continuada do cemitério já conhecido, e tudo o mais que me fez sentir dor na distância da leitura, perfazem deste um dos livros que almejaria um dia escrever.

Sinto no âmago da inveja, a pontinha de sorte pelo privilégio de ter lido TAMANHO romance. A minha biblioteca de experiências lidas, acabou de ganhar mais um brilhante volume que ficará na vitrina das edições especiais, aumentando esta colecção que ficará para Sempere na minha memória.

Do meu mais prosaico português vernáculo, só me resta dizer: Cum catano Carlos, ca ganda livro, pá!


Despeço-me com elevada estima, consideração e mais alguma inveja.
O seu estimado leitor,

B.






Foi ele que disse, não fui eu! - parte 2

(…) “- Não se arme em pudico, que estamos entre cavalheiros e toda a gente sabe que os homens são o elo perdido entre o pirata e o porco. Gosta dela ou não?” (…)


Carlos Ruiz Zafón, in O Jogo do Anjo



Foi ele que disse, não fui eu!

(…) “Não sei onde foi a miúda buscar aquele temperamento. Acho que é de tanto ler. E olhe que as freiras bem nos avisaram. Já o meu pai, que Deus tenha, dizia: no dia em que for permitido às mulheres ler e escrever, o mundo será ingovernável.” (…)


Carlos Ruiz Zafón, in O Jogo do Anjo





P.S. – O livro é bom que se farta, até chateia! Emitirei bilhete mais tarde…