Sem ordem de preferências, mas sim de visionamento. Gostei de todos e acho que devem constar da curriculum cinéfilo de todos os apreciadores. Sem dores. Apenas realidade.
Gran Torino
Revolutionary Road
The Visitor (O Visitante)
terça-feira, março 31, 2009 | Etiquetas: 7ª arte | 0 Comments
terça-feira, março 31, 2009 | Etiquetas: Música | 0 Comments
Enquadramento
Escrever a partir de uma série de movimentos feitos por uma actriz. Não há falas, só gestos e expressões. Em duas partes, a primeira descreve apenas os movimentos factualmente enquanto se observa; a segunda é o exercício propriamente dito. Uso da criatividade (d)escritiva.
Acção
Primeira parte (2 minutos) – Entrar. Cara de espanto. Pegar num objecto. Acariciá-lo. Apalpar as paredes com ar de saudade. Pegar num pano. Emoção nostálgica. Olhar a janela. Abri-la. Sensação familiar. Sentar e pegar num livro. Cheirá-lo. Recostar e sorrir.
Segunda parte (15 minutos) – Abriu a porta para o que já sabia que não sabia que ia encontrar. Esperava algo, mas não sabia o quê. Estaria tudo na mesma?! Entrou…
A primeira coisa a cair foi o queixo, seguiu-se logo a surpresa e a admiração. Só o conforto do alívio se manteve de pé. Deu dois passos no interior da certeza e pegou na primeira recordação que os seus olhos viram. Abraçou-a como a um filho. Largou-a.
Acariciou as paredes e esfregou o contentamento na branca frescura da tranquilidade. Afinal, ainda se lembrava do cheiro da infância.
Pegou num pano que bordara na escola e sorriu na nostalgia da falta de jeito. Nunca se dera com trabalhos manuais. Correu para a janela e abriu-a de emoção. A paisagem que se via era nova mas completamente familiar. Tantos anos longe.
A secretária, apesar do pó do abandono, estava impecavelmente limpa. Tudo no mesmo sítio como se o tempo tivesse sido desligado. Sentou-se na cadeira de outrora e recuou sensações. Rebobinou a vida, e agarrou no último livro que tinha lido naquela secretária. Abriu-o. Cheirou-lhe à história que ainda sabia de cor.
Que bom voltar à criança intemporal que sempre fora até ter que deixar de ser, quando os minutos passavam devagar e as horas se distraíam em pensamentos. Foram bons momentos.
Posou o livro, recostou-se no descanso e sorriu até hoje.
quinta-feira, março 26, 2009 | Etiquetas: Escritas, Exercícios | 1 Comments
terça-feira, março 24, 2009 | Etiquetas: Artes pensantes, Escritas | 5 Comments
Demócrito de Abdera
(460-370 a.C.)
segunda-feira, março 23, 2009 | Etiquetas: Artes pensantes, Frases, Injustiça | 2 Comments
Abraços de cultura soam a poesia morta
Em dia que deviam ser todos.
Cantam-se primaveras, edificam-se palavras
Marcham-se poetas e soltam-se amarras
Aos molhos, aos montes e aos toldos.
Soam flores de pouca leitura
Em campos de obras esquecidas.
Colhem-se poetas de fachada
Plantam-se literários de gabinete
Lambem-se livros em falso minete.
... E então?!
Então...
Ergam ao sol a magia da letra
Façam da vida revolta de poeta.
Dancem abraços, gritem convulsões
Esqueçam agravos e cantem liberações.
Pois na volta do amanhã está a cultura rabeta.
E quando do imposto lerem despesa
Agarrem-se aos cornos de qualquer poesia
Militem palavras de forte presença
Apaguem esforços de frase vazia.
Se da merda já lida riscaram vinhetas
Façam da poesia a maior das punhetas.
... E depois?!
Depois...
Celebrem esta Primavera de poetas
Em país de grandes e dias esquecidos
Encham o peito de todas as letras
Abracem autores, fiquem embevecidos.
Que este dia cheire à força das minhas tretas
Em registo de flores e poesia de profetas.
sábado, março 21, 2009 | Etiquetas: Homenagens, Laivos poéticos | 0 Comments
sexta-feira, março 20, 2009 | Etiquetas: Artes pensantes, Escritas, Homenagens | 5 Comments
quinta-feira, março 19, 2009 | Etiquetas: Acontecimentos, Homenagens | 0 Comments
Somos tão fúteis que nos importamos mesmo com a opinião daqueles que não nos importam.
Marie von Ebner-Eschenbach
Marie Freifrau von Ebner-Eschenbach
(1830-1916)
quinta-feira, março 19, 2009 | Etiquetas: Frases | 0 Comments
quarta-feira, março 18, 2009 | Etiquetas: Contos de Contar, Escritas | 1 Comments
quarta-feira, março 18, 2009 | Etiquetas: Medical Words | 1 Comments
terça-feira, março 17, 2009 | Etiquetas: Clube de Leitura, O Leitor - B.S. | 1 Comments
Já no interior, um compenetrado funcionário estabelecia a ponte tecnológica entre uma PSP (Play Station Portable) e os esqueletos fossilizados mesmo atrás dele, com mais de 130 milhões de anos. Concerteza jogava Dino Crisis na tentativa de melhorar a sua performance em caso de revolta de algum dos enjaulados.
segunda-feira, março 16, 2009 | Etiquetas: Artes pensantes, Viagens | 0 Comments
Se o gajo que nos apalpa no aeroporto, para evitar que façamos pirataria do ar por causa de uma moeda no bolso, com a cara a 5 cm da nossa diz qual é o perfume que estamos a usar, isso é impulso? Ou os seguranças Belgas são apenas simpáticos?
Se aquelas empregadas de restauração com curso de primeiros socorros, e bem vestidas, que servem aquelas pseudo-refeições a grandes altitudes, mudam a nossa mala de posição várias vezes, e falam constantemente do nosso delicioso saco de chocolates belgas e à saída ainda perguntam se estão todos, isso é impulso? Ou eles também só comem o que nos dão e têm fome?
segunda-feira, março 16, 2009 | Etiquetas: Artes pensantes, Viagens | 1 Comments
Eu, a admirar um prato de Vogelnestje Met Spinaziepuree En Mosterdsauje: Bem, pelo menos já posso dizer que provei comida típica.
Ex - superior hierárquico sentado à minha frente versado nas artes de engenharia: Típico não, isso é tipiquíssimo!
P.S. – Para além de típico, era muito bom. Depois junto foto.
P.S.2 - Aqui vai ela...
segunda-feira, março 16, 2009 | Etiquetas: Mistérios do Português, Pérolas da Sintaxe, Viagens | 1 Comments
domingo, março 15, 2009 | Etiquetas: Viagens | 0 Comments
quinta-feira, março 12, 2009 | Etiquetas: Artes pensantes, Escritas | 2 Comments
Wanderlei Sterck vendia água de coco na praia de Copacabana, às meninas de biquíni desaparecido e fio dental, ou seja, a todas. Andava pela areia escaldante a apregoar o olho, enquanto regalava a venda. Quer dizer… isto era o que sonhava quando estava acordado, porque quando estava a dormir sonhava que estava acordado.
Mentira! A verdade é que não conseguia dormir já há muitos anos e estava inchado de medo de nunca mais o conseguir fazer. Também não se chamava Wanderlei, mas sim Wanda Sterck e era travesti nas noites de Lisboa. Talvez por isso não conseguisse dormir, pois tinha que o fazer de dia quando devia estar acordado. O desgosto que causara ao seu pai, serralheiro mecânico de profissão e de atitude, é que o mantinha vivo, e acordado, pois as danças pela noite rendiam bom dinheiro.
Mentira! Chamava-se Winthorp Sterck the III e era filho de um banqueiro inglês podre de rico e de carácter. Sonhava com as praias do Brasil e os biquínis que por lá andavam a dançar em corpos bronzeados. No entanto, tinha que trabalhar 12h por dia fechado no banco do seu pai. Era o preço do seu dinheiro mentiroso.
Mentira! Warajad Sterck Rashid era um realizador indiano de filmes sobre sonhos que nunca contavam a verdade e que estavam sempre acordados. Era viciado no corpo da mulher e muitas vezes vestia-se como uma. Sofria de uma grave crise de identidade, que se revelava muito útil para criar personagens para os seus filmes, mas que nunca o deixava dormir. Esta é a única verdade.
Quase sem dar por isso, o sonho finalmente adormeceu.
quinta-feira, março 12, 2009 | Etiquetas: Escritas, Exercícios | 1 Comments
quarta-feira, março 11, 2009 | Etiquetas: Acontecimentos | 0 Comments
terça-feira, março 10, 2009 | Etiquetas: 7ª arte | 1 Comments
terça-feira, março 10, 2009 | Etiquetas: Artes pensantes, Escritas | 1 Comments
Erich Paul Remark
(1898-1970)
terça-feira, março 10, 2009 | Etiquetas: Frases | 0 Comments
segunda-feira, março 09, 2009 | Etiquetas: Clube de Leitura | 1 Comments
segunda-feira, março 09, 2009 | Etiquetas: 7ª arte | 2 Comments
- Jogo dificilissimo!
Rui Costa
(director desportivo slb)
segunda-feira, março 09, 2009 | Etiquetas: Mistérios do Português, Pérolas da Sintaxe | 0 Comments
Enquanto os dentes muito brancos de uma já rodeavam a sua glande excitada, a outra beijava-o com a dose certa de intensidade. Carinhosamente levou-lhe à boca um lindo seio de um redondo branco perfeito com um excitado mamilo em tom rosa maternal.
Mais abaixo, o outro anjo do prazer sentava-se na sua erecção surpreendida oferecendo-lhe o seu interior húmido e quente. De costas para ele e com as mãos nos seus joelhos, dançava ao ritmo lento da penetração num vaivém de brancas nádegas.
Mais acima, outros lábios vermelhos de ansiedade pousavam na sua boca deixando que a sua língua descobrisse todo o seu sabor interno. De costas viradas, os anjos dançavam. Instintivamente viraram-se uma para a outra e trocaram beijos, carícias, mais beijos, mais carícias e mamilos. Continuavam a dançar.
Como num filme, a câmara suspensa percorre o espaço revelando imagens de um homem deitado com duas mulheres sentadas em cima de si, beijando-se de excitação, e oferecendo os seus respectivos segredos molhados, em movimentos de suave luxúria. À volta uma auréola de luz branca.
A conjugação de movimentos e do ritmado prazer atingia proporções celestiais. Os anjos iam trocando de posição, apenas ele permanecia deitado. Na imensidão do tempo e das trocas, atingem o pleno dos três orgasmos numa sequência angelical de um branco estridente. O abafado prazer sorria de branca ternura.
Os dois anjos retiram-se e fecham a porta. Ele adormece de vez e para sempre.
- Podia jurar que ele estava a sorrir enquanto lhe fazíamos a cama.
- Coitado. Preso dentro de um corpo à espera que tudo se acabe, sem sentir, sem sonhar...
sexta-feira, março 06, 2009 | Etiquetas: Eroticozinho, Escritas | 0 Comments
sexta-feira, março 06, 2009 | Etiquetas: Clube de Leitura | 1 Comments
quinta-feira, março 05, 2009 | Etiquetas: Acontecimentos, Arte | 2 Comments
Numa floresta de cimento urbano, mas verde, vivia um Tigre que não era zarolho e um Zarolho que não era tigre. Eram amigos desde a infância e suavizavam o passar dos anos em animadas conversas de índole Marxista/Leninista numa perspectiva de implante político de silicone opressivo e obsessivo.
Juntos se consideravam e olhavam o mundo (um deles assim de esguelha) na ilusão jovem de quem consegue tudo e não tem muito com que se preocupar. Até que um dia, já depois de ter saído de casa dos pais, o Tigre foi despedido da fábrica de automóveis onde trabalhava ia já para uma mão cheia de anos, mas vazia de indemnização.
Caído nas malhas do subsídio de desemprego começou a perder o lustre nas riscas e a pose felina, enquanto se arrastava de formação em formação pelos centros de emprego à espera de uma proposta milagrosa. Enquanto isso, o Zarolho ia subindo degraus na sua gorda carreira de sócio/gerente de uma fábrica de óculos escuros, que aliás usava sempre - dia e noite.
Errado dia, cruzam-se no corredor da casa que partilhavam, e momentos antes de o Zarolho falhar a porta da casa de banho e dar uma marrada na ombreira, o Tigre cai de fome aos seus pés. Surpreendido, o Zarolho fecha um dos olhos e repara pela primeira vez como ele estava pálido e magro. Umas malgas de água com açúcar depois, o Zarolho deixa cair o queixo (que o Tigre comeu logo tal era a fome) ao inteirar-se de que o seu amigo de vida, e de casa, estava no desemprego, sem dinheiro e com fome, quase há 1 ano.
Sentido vergonha na já rubicunda face, acalmou o Tigre dizendo-lhe que não se preocupasse porque tinha muito dinheiro no BPN e ia ajudá-lo. Aliás, estava com ideia de investir num negócio de um Freeport e ia nomeá-lo gestor do projecto.
Alguns dinheiros depois o Tigre perdeu a palidez e a fome e ganhou prosperidade financeira, ao mesmo tempo que abraçou a carreira política. Fundou o PND (Partido do Novo Dadaísmo), uma nova força de extrema esquerda e direita com assento no meio. Perdeu as riscas de vez e ganhou pêlo na venta, sendo por isso, agora, um Leão.
Entretanto naquela floresta, rebentam alguns escândalos que afundaram o Zarolho (qualquer coisa a ver com o banco parece), mas mantiveram o Tigre, isto é Leão, bem à superfície da conjuntura político-social. O Zarolho tentou fugir para o Brasil, mas esqueceu-se de fechar um olho e comprou um bilhete para Braga. Acabou por se envolver numa empresa de parques, mas deu rolho também.
Moral da história: Em terra de zarolhos, quem foge às riscas é o rei!
quinta-feira, março 05, 2009 | Etiquetas: Contos do Pensar, Escritas, Humores | 0 Comments
quarta-feira, março 04, 2009 | Etiquetas: Medical Words | 0 Comments
A amizade pode terminar em amor, mas o amor em amizade - nunca.
Charles Caleb Colton
quarta-feira, março 04, 2009 | Etiquetas: Frases | 0 Comments
terça-feira, março 03, 2009 | Etiquetas: Artes pensantes | 2 Comments
Umberto Eco(ou) ontem no Convento de Cristo em Tomar para nós (e para outros 60) como o faz desde 2004, numa peça que dura 3h + 6 momentos de refeição, o que dá qualquer coisa como 5 horas, mas das pequenas, porque o entusiasmo é tal que não se dá pelo tempo a passar.
A originalidade desta representação (muito característica dos Fatias de Cá) transporta o publico com os actores pelas salas do convento, com 6 passagens pelo refeitório (excelentes para retemperar forças, comer e discutir animadamente sobre o que se viu e o que se irá ver) numa adaptação fantástica, diferente, envolvente e empolgante deste emblemático romance. É verdade que nada substitui a leitura e a 7ª arte que me perdoe (e o Sean Connery também), mas estar ali ao lado dos actores (na sua maioria amadores, mas com grande brio) a viver a história em todas as salas, andar com eles, comer com eles e sentir cada momento na pele (frio incluído), dá uma imensidão muito mais vibrante da história.
Vale toda a distância percorrida, a hora a que termina a um Domingo (+/- 23h), com o posterior regresso, e o preço (que é irrisório em relação a tudo o que oferece). Permite conhecer o Convento de uma maneira diferente e em sítios onde normalmente não se tem acesso, é um excelente meio de divulgação cultural e do património e merecia uma muito maior divulgação. Uma peça que está em cena há tanto tempo e que é mais conhecida pelo boca a boca do que por qualquer outro meio.
Temos que divulgar e ter orgulho nas coisas boas (aliás, muito boas) que se fazem por cá. Uma experiência totalmente diferente não só em termos de teatro como de gastronomia. É escandaloso, eu diria quase criminoso, perder a possibilidade de viver esta aventura.
Como bónus, e para tornar tudo ainda mais excitante, podem sempre deixar a carro aberto com a chave na ignição durante 6 horas em frente ao Convento, a ver se têm sorte. Nós tivemos!
segunda-feira, março 02, 2009 | Etiquetas: Homenagens, Teatro | 1 Comments
segunda-feira, março 02, 2009 | Etiquetas: Aniversários, Contos de Contar, Homenagens | 1 Comments