Mostrar mensagens com a etiqueta Acontecimentos. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Acontecimentos. Mostrar todas as mensagens

“Quinhentésimo” e uma casa nova

Caros visitantes, leitores, seguidores, admiradores (ou não), bloguistas, amigos e familiares: ao quingentésimo post o Bilhete de Ida vai de armas, bagagens e outras postagens para outra casa. A vida está boa é para mudanças e todas as lufadas de ar são frescas.

A grande alegria que nos invade pela meta alcançada vai ser coroada com um ambiente novo e uma morada diferente. A partir de agora encontramo-nos em:

http://bilhetedeida.blogs.sapo.pt/

Este Bilhete estará sempre por aqui mas a continuação será sempre lá. Apareçam com a mesma alegria e continuem a viajar connosco!


Hoje (que foi ontem)

Se um dia o sol falasse iria dizer tudo o que eu estou a sentir. Cada raio que dele saísse seria um pensamento meu em direcção a ti. Durante muitos anos as nuvens impediram que a luz aí chegasse.

Mas hoje... hoje o vento da vida limpou o céu e o sol falou.


Se um dia as árvores voassem migrariam do meu sonho para o teu. Abririam as asas do desejo batendo os ramos de ansiedade e voariam no vale do destino. Durante muitos anos as raízes não as deixaram planar no sentimento.

Mas hoje... hoje as amarras do tempo soltaram-se e as árvores voaram.


Se um dia as palavras mergulhassem iriam ao azul mais profundo só para escrever o teu nome. Cada movimento na doce levitação do mar seria um pairar de vontades e sentimentos. Durante muitos anos os oceanos estiveram secos de revolta.

Mas hoje... hoje os peixes abraçaram-se de alegria e as palavras mergulharam.


Se um dia os sentimentos dessem as mãos uniriam todos os adormeceres num único acordar. Saltariam barreiras de confiança apertando com força os dedos da partilha. Durante muitos anos as luvas do destino deixaram as mãos em bolsos diferentes.

Mas hoje... hoje as veias palpitaram de emoção e os sentimentos deram as mãos.


Se um dia a vontade nos juntasse à volta de uma mesa e a seis olhos planeássemos o futuro de boca seca, as páginas seguintes seriam de mudança. Daríamos flores de esperança em papel de assunto pardo. Durante muitos anos o jardim que nos une não foi regado.

Mas hoje... hoje as nossas vidas foram regadas e a vontade juntou-nos.


Hoje, foi o melhor ontem com que alguma vez o meu amanhã conseguiu sonhar!

P.S. - Para ti, por todo o tempo que tivemos de esperar para que este dia fosse hoje.



Laços

Dois laços familiares passeavam no jardim da vida quando tropeçaram na realidade. Levantaram-se, sacudiram os incómodos dos joelhos e enlaçaram ideias de caminho. Só um bocadinho.

Abanaram convicções e alicerces de certeza na esperança de um mar calmo que iria ser de certeza revolto. Compilaram sentimentos escritos em envios de papel diferente, mas convincente!

Consultaram laçada ajuda na esperança de iluminado enlaçamento. Debateram estratégias de enlace e tácticas de aproximação. Vai dar confusão? Talvez sim, talvez não.

Seja qual for o enlace… laçaram!


Jantar às Escuras

Não, não foi um problema da EDP nem um corte por falta de pagamento. Foi mesmo uma escolha e uma surpresa boa (como sempre!). Escuridão, comida vegetariana e gastronomia molecular deram as mãos (e nós também muitas vezes porque ajuda a sentir onde estamos) nesta noite de sensações sem luz.

A ansiedade de uma experiência diferente transpôs-nos para o outro lado de uma cortina de emoções novas. O primeiro impacto é brutal e aguardamos tolhidos na fila que alguém que se movimenta como se houvesse luz nos conduza ao nosso lugar. Passados os pequenos encontrões da falta de hábito sentamos o nervosismo e damos início ao processo de adaptação e consequente aumento da tranquilidade. Entre nós, uma mesa de expectativa, sabe-se lá de que cor e aspecto, prepara-se para ser o palco de um desfilar de sabores mágicos e estimulantes. O mapa posicional de tudo o que lá vai sendo colocado é traçado numa voz doce e experiente que nos orienta por todos os passos.

O paladar e o olfacto chegam-se à frente na importância da noite e assumem o papel de liderança na aventura do estímulo. Alguns sabores e cheiros foram descobertos, outros nem por isso. O desenho de sabores teve origem na criatividade da Paula Cascais (dona do restaurante e da ideia) e foi pensado para provocar emoções. Tudo se saboreia, tudo se arrisca e tudo se adivinha (pelo menos tenta). Enquanto o degustar se delicia, não há tempos mortos, silêncios nem trocas de olhar. As sensações estão à flor da pele e as partilhas também.

Muito obrigado à Ana Serôdio por nos ter acolhido tão bem naquele que é o seu mundo de todos os dias e que foi nosso por uma noite. A não perder por luz nenhuma!

Duas experiências extra: ir à casa de banho e tentar “roubar” comida do prato da frente sem ser apanhado e, sobretudo, sem derrubar os copos. Aqui fica uma foto do jantar…




P.S. – Como o que é bom merece ser divulgado esta emoção toda pode ser encontrada no Restaurante
Bem-Me-Quer.


FOI JÁ ONTEM!!

Todos os inícios têm um começo e ontem começou um deles. Na casa de um coleccionador, 11 bravos sonhadores lançaram para a fogueira da opinião pública as achas da sua criatividade. Sem credo nem idade, todos se juntaram num só.

Um onze avos do meu sonho foi disparado na direcção de um qualquer alcançar distante, cheio de esperança no amanhã da escrita. Os momentos que nos marcam são preenchidos pelas presenças e pelo apoio dos que se demonstram. Obrigado a todos por tudo.




Algum interessado na leitura poderá adquirir um exemplar (bem como da agenda) aqui pelo mail do blog (envio à cobrança) ou directamente na Companhia do Eu, a verdadeira responsável pela concretização de todos estes sonhos.

Deste que s`assina,

Miguel Aragonez
(o “homem” da página 135)



P.S. - O livro irá constar da próxima votação do Clube.


É JÁ AMANHÃ!!


Escatologias e outras tias

Antes:

Esforço de vontade, desconta a idade, defende a verdade e ajuda a saudade.

Mudança de rumo, abraços de desuno, viagens com sumo e piadas de aprumo.

Balde que se atina, limpa a latrina, vontade que se fina e mais uma dose de urina.

Vida de cão, de gato também não, quintal de ilusão e pêlo na mão.

Passa depressa, aspira a conversa, esfrega a travessa e limpa o que não interessa.

Come mais um, o outro dá pum, rosna algum e cheira a bedum.



Depois:

Pisa mais ao lado, humor está fechado, o prazo estragado e está tudo cagado.

Perde o sapato, foge o imediato, sacode o teu fato e já mija mais um gato.

Ladra uma mão, puxa que não, vive na prisão e nasce um cag*lhão.

Mijo que se entrega, amarelo de refrega, chão que escorrega, e só mais uma esfrega.

Pêlos que abalroam, olhares que até soam, cheiros que se entoam e merdas que voam.

Cão lambe ameixa, gato que é gueixa, silêncio que não deixa e da vida… quem se queixa?!


EU VOU LÁ ESTAR!



P.S. - ... e o Miguel Aragonez também!


Bairro da vida

O sonho acordou a meio do fim pouco depois de ter iniciado. Espreguiçou o espanto e olhou para o relógio: faltavam poucos minutos para depois. Decidiu dormir mais um pouco. Lá fora, a chuva despedia-se da noite e abraçava os primeiros raios da manhã.

Algumas portas ao lado a doença tinha começado a acabar. Fazia as malas dos últimos dias e preparava-se para mudar de corpo. Tinha cumprido a sua missão ali, fazendo o possível por deixar bem vincada a tosse, a febre e as dores de tudo e mais alguma coisa.

No andar de baixo, a partilha dava as mãos ao destino e reforçava os laços de vida com um sincero amo-te. Tinham passado a noite enroscados no sofá a beber chá de alegria e a ver filmes de futuro com um sorriso nos lábios. Para aquecer o momento tinham-se tapado com a manta da tranquilidade enquanto se divertiam a baralhar pernas.

A satisfação pessoal, que morava na rua de trás, vestia os mais pequenos projectos de vida (a esperança, o amor e a certeza) e preparava as lancheiras da escola, revendo mentalmente todos os passos da rotina diária. Era fácil esquecer alguma coisa, afinal sempre eram 3 filhos e havia muito para preparar.

Na rua tudo começava a mexer: o tem que ser já colocava as frutas e legumes, tudo fresquinho, na direcção de quem passa; o outro dia alinhava as tesouras e os pentes esperando o primeiro cabelo que se viesse guilhotinar; o mais cedinho escrevia a ementa do dia enquanto arregaçava as mangas do pequeno-almoço que tinha que se tornar grande; a vida igual abria as persianas da montra depois de ter contado todos os botões, fechos, fios e sedas; o representante acordava o representado para que atendesse os fiéis que passassem as portas da necessidade em busca das primeiras respostas do dia; o frete dos outros varria os restos da noite alheia e baldeava a consternação mútua com água renovada de esperança.

Enquanto os mortos se conformavam os vivos não. Por todo o lado, tudo seguia o caminho de sempre enquanto todos se levantavam da profundeza do descanso para dar início a mais um dia de tanto.

Do alto, uma Estrelinha (a descansar do mar) observava com alegria a dádiva do dia que nascia lá em baixo. Satisfeita, afastou as nuvens para o lado e levantou-se para ir acordar o sol. Estava na hora.



AVISO – 2

Voltou no presente Sábado para sua casa, uma carteira pequena (tamanho cartão de crédito) que nunca tinha fugido, nem desaparecido. Vestia a mesma camisola castanha da Camel Active e aparentava uma tranquilidade irritante que nunca perdera. Estava apenas desidratada e dorida por ter passado uma semana caída atrás de não sei quê. Não se sabendo como, não sei quem a arrumar deve ter encontrado a pobre desgraçada (ah e tal gandas porcos! - Não, não... estava MESMO escondida) e colocou-a na mesa de cabeceira (oposta). Na madrugada de hoje a família deu, finalmente, por ela ao desligar a luz em pleno azamboamento (que é qualquer coisa que dá por volta das duas da manhã). Fazia-se acompanhar pelos mesmos, o que é normal dado que nada aconteceu. A Pessoalidade Judiciária agradece toda a ajuda prestada (que foi nenhuma) e louva as atitudes incompreendidas e impensáveis que provocam estas alterações ao normal funcionamento dos gestos rotineiros, mas que têm sempre um final feliz, estúpido mas feliz.

A família aproveita para agradecer, sobretudo o facto de não ter que exasperar em lojas do cidadão e afins. Os cartões do banco até estavam sujos na zona da banda magnética e por isso não vem grande mal ao mundo pelo facto de terem sido substituídos.



(Segundo fontes próximas, a família pondera a utilização de novas tecnologias que previnam futuros embaraços).

Sonhos

- Oh Chefe! Desculpe lá.
- ??
- Isso dá mesmo 200?
- Bem… até dá. Mas o que tem mais é força. Até porque pesa muito.
- Quanto?
- Uns 250 kg.
- Bem, mas é um ganda motão! Já viste meu?!
- Pois é… se eu tivesse uma dessas todas elas se sentavam!
- Podes crer! Ena pá… o meu sonho era ter um motão assim. Obrigadinho oh Chefe, boa viagem.
- Nada, até logo.




Sentei-me na minha pesudo-burguesia-envergonhada e arranquei consternado perante o quadro: o sonhador estava de muletas e mal se aguentava de pé, o conquistador não se aguentava definitivamente de pé porque já estava sentado no chão. Ambos rasgados e muito sujos, completamente desdentados pelo vício, o olhar vazio pela dose matinal já tomada, mas com um brilhozinho lá no fundo a admirar o meu sonho, que afinal também era o deles…

Tive vontade de desmontar, dar-lhes a chave e vir embora a pé. Mas isso não é a realidade e não havia como fazê-lo. Apenas a consciência de outras vidas me remoeu o pensamento. Egoistamente despejo o meu incómodo para aqui e sigo a viagem de mais um dia esquecendo vivências que afinal não esqueço. Uma neblina de pena abate-se na minha manhã… não gosto de o sentir mas senti.

Sonhador: não te conheço, mas vejo-te todos os dias. Se conseguires dobrar a perna levo-te a dar uma volta no nosso sonho.


P.S. - Foto by tirada no dia em que o meu sonho começou.

AVISO

Desapareceu no passado Domingo 15 de Novembro de sua casa, uma carteira pequena (tamanho cartão de crédito). Vestia uma camisola castanha da Camel Active e aparentava sinais de desorientação e transtorno (só assim se justifica que tenha fugido). Fazia-se acompanhar por um cartão do cidadão, por uma carta de condução, por um cartão multibanco e um visa (devidamente anulados nesta fase, pese embora os ridículos saldos à disposição - é nestas alturas que compensa ser um miserável), alguns cartões profissionais pessoais (dispensáveis) e 35€ em notas (que até se dão por mortos de bom grado). A Pessoalidade Judiciária agradece qualquer informação que ajude a encontrar o seu paradeiro.

Se a virem por aí, digam-lhe que volte para casa porque a família está muito preocupada e sem tempo para lojas do cidadão e afins.



(Na foto era mais nova e não tinha a mesma roupa. Também nunca se fez acompanhar por um American Express, mas dá para ver a carteironomia)

Grande cão… certo!

Certo é que o domínio de uma arte, de um objecto, de um instrumento é sempre algo de sublime. Então quando se exerce esse domínio com a mesma naturalidade com que se respira, tudo se torna eterno e único. As notas desfilaram nos nossos interiores com a suavidade transmitida por um ancião musical, um mestre de melodias mais ou menos conhecidas, mas todas com um toque de magia.

Mais que o intérprete, louvo o criador. O criador de sonoridades que acompanharam grande parte da nossa existência sem muito complemento visual, mas que simplesmente sempre estiveram lá. Juntar, desta vez, a imagem ao som e ainda por cima a solo, teve o condão de nos fazer voar pelos sons rendidos à arte. E que arte. António Pinho Vargas A Solo, encheu um palco inteiro sem precisar de mais ninguém. Imperdível. É nestes pequenos pormaiores da vida que agradeço as oportunidades que se desfilam nas nossas existências. Obrigado pela lembrança e pela surpresa!

Embora as vivências não se transmitam com a mesma emoção com que se recebem, aqui fica uma das minhas favoritas que me acompanha o imaginário, felizmente real, desde 1987. Sem mais palavras que o momento é mais de ouvir do que de ler…


Eles lançaram... e eu apanhei!

Romanov nasceu na Roménia e era o nono de nove irmãos, não se sabe bem de onde lhe veio o nome mas era Vampiro de formação. Vivia em Portugal há cinco anos, onde nunca exercera, e trabalhava nas obras. Sempre ganhava mais cá a ser explorado no mundo do betão armado, em parvo, que na Roménia a explorar pescoços cinzentos.

Soube por um colega trolha, também Romeno mas não Vampiro (parece que na Roménia tinha sido ministro das Obras Públicas), que ia haver o lançamento de uma colectânea de contos de Vampiros na Cantina Lx pelo entardecer da noite de quinta-feira passada. As saudades impeliram-no na direcção da curiosidade. Assim foi (e foi mesmo que eu vi-o lá).

Mal chegado, brindaram-no com uma magnífico cocktail de beterraba picante (que já não bebia desde os seus tempos de Vampiro caloiro na faculdade). Comprou logo um exemplar da colectânea que começou a devorar enquanto esperava. Começada a cerimónia, várias almas penadas se aprontaram a sentar. Uns atrás da mesa, outros à frente. Romanov depressa percebeu que os que se sentaram do lado de trás eram os autores, pálidos de tanto se terem esvaiado em sangue literário. Iniciada a contenda, o mestre de cerimónias (também branco mas por doença e que lhe fazia lembrar o seu antigo professor de Mordidelas de Escrita Sangrenta II) esgrimia apresentações e perguntas enquanto os autores se deliciavam com dentadas de argumentação em pescoços de leitores e fãs.

Quando finalmente se acendeu o final, teve ainda tempo de pedir autógrafos e trocar impressões de Vampiro experimentado. Orgulhosamente chegou à conclusão que a sua experiência vampírica e empírica, lhe davam o destaque silencioso de quem já provara verdadeiramente o sangue. No entanto, o alho da crítica literária aguçava a sua curiosidade e correu (voou?) para casa onde só parou de ler na manhã do dia seguinte, ou seja ontem.

Arrasado mas satisfeito, arrastou-se cheio de sono para o seu destino de cimento, já com um atraso de uma hora. À chegada foi brindado com um sonoro, mal cheiroso e estridente (até porque só se viam três dentes):

- Olha lá oh Romeno! Não te pago para chegares a esta hora!

Foi o último som que saiu daquela garganta. Mesmo sem licença para exercer em Portugal não resistiu à dentadinha da saudade.




P.S. – Parabéns para a Susana, que de entre todos deu a dentada mais apetecida... a de estreia!

Olhá bela da t-xarte! – II


Ainda o sol não sabia que era dia e já a necessidade se levantava na direcção de uma feira que não era Terça por ser Sábado, na expectativa de uma Ladra que vendia o que era seu. O pensamento positivo de que o que tem que ser tem muita força, ajudou a abraçar a saída nocturna com a tralha pelas costas.

A confusão era geral e fazia-se acompanhar por um frio fininho que insistia em dormir do lado de dentro da única roupa que não era para vender: a do corpo. Por todo o lado se instalavam pertences em esperanças de 2 por 2 (metros) com licença! Passe, passe que eu também a paguei e não vejo cá o nome de ninguém. Por acaso hoje pode ficar aí que a senhora não vem. Ainda bem. Siga a venda!

As primeiras conquistas fizeram-se ainda sem luz e logo no desembrulhar da coisa. A mercadoria ainda nem assentara no expositor e já alguém as cobiçava, e levava. Sempre ao preço certo. Nem mais nem menos. É escolher.

JBJ Lda., fizeram da parceria a alegria da troca quase directa, como o sono, e não perderam o sorriso na disputa. Começar por cima, rir de baixo e chegar a acordo lá pelo meio. Visitas, fizeram-se sentir em doce recordação. Obrigadão!

Tire lá qualquer coisa que ainda tenho que fazer a bainha. Tadinha. Tome lá o desconto, por causa do ponto, mas não leva saco. Se levar cinco só paga quatro. Ai que é tudo tão pequenino, quem me dera caber aí. Não há problema que o tecido estica. Olhe que isto é verdadeiro. Epá calma que eu vi primeiro.

Um ano e meio volvido e com a mesma música 8 ali do lado, a inclinação da aventura relembra depois de 11 horas a satisfação das dores nas costas. Gostas?! A causa é boa e assim tudo se aproveita, tá a conta feita.




P.S. - É de salientar a avidez com os clientes escolhiam a mercadora...

Um abraço de 2 metros com bigode

Veio de longe com uma mala cheia de boas intenções na mão. Trazia no olhar a tranquilidade própria, misturada com a estranheza da vida polvilhada por um espanto quase inocente. As palavras saíam em acordes de melodia familiar embaladas por doses certas de preocupação.

Demorou trinta e cinco anos a chegar, mas não tardou a ocasião. Também não se fez ladrão, nem criou confusão. Apenas veio. Sincero, sem merdas. Franco de amizade, soube a pouco o tempo e a partilha.

A geografia da vida não permitiu outros tantos, mas criou linhas. Linhas de respeito e admiração. Linhas de orgulho e até algumas de inveja. O comboio do regresso levou a mala menos cheia de confusões, mas carregada de momentos. Foram intensos. Na estação ficou a saudade. No mínimo que se repita.

Obrigado por teres vindo… abraço!


5 Regressos

Um escritor e a sua dor partilhavam meia dentada de um texto inteiro. Mordia o escritor, a questão, enquanto a dor mastigava no porquê. Porquê? Porque antes de engolir convém trincar.

Um sacristão e a sua religião penduravam-se em sinos de descoberta. Puxava o sacristão, soava a badalos dados a religião, e por toda a região. Levantavam-se os crentes e, entre dentes, acertavam horas de fé. Sempre de pé.

Um médico e o seu nariz ortopédico liam jornais de embaixada. Que maçada! Passavam páginas de surpresa em preta tinta de contraste branco. É verdade, esta noite estou de branco. E banco mais banco não há.

Um jornalista e a sua crista entrevistavam questões. Aldrabões. Telefonavam para gabinetes anónimos e deixavam correr a água das fontes. Compraram um acordo ortográfico e fizeram-se à estrada da notícia.

Um trabalhador e o seu fedor choravam-se em saudades de areia. Que tareia. Acabadas as ondas do descanso estenderam a toalha da responsabilidade. A bandeira verde da realidade permitia mergulhar nos problemas. Sem dilemas, é só trabalho!

Cada um faz o que pode. Bom regresso.


Diário do Continente

Depois de um Porto, Santo pelo sentimento que deu à costa e de mais uns dias com água no horizonte circundante o regresso fez-se num novo estado, civil por definição.

As baterias carregam-se, a vontade confirma-se (sem assinaturas, viva o simplex!), a escrita aguça-se, os segredos contam-se. O tempo encurta a distância e bilhetar por aqui é difícil de concretizar. Fica a passagem para matar a saudade.

Trabalho, hoje, foi engano. Sigam as férias!


Trabalhus horrendius blogius ausentat - II

Ainda mais que da outra


Dons

São preciosidades do destino que devemos conservar, cuidar e de preferência usar em proveito próprio, e se possível dos outros também. Nem todos são abençoados com estes desígnios do Senhor, mas o que são deviam ser OBRIGADOS a usá-los da melhor maneira possível.



Felizmente, é o que faz este “abençoado” que dá pelo nome de Luís Franco Bastos e que usa este dom de uma maneira arrepiante. Independentemente dos textos lidos o timbre das imitações é tão igual nalguns casos que parece que as pessoas estão ali na nossa frente a sair pela garganta dele.

Absolutamente a não perder. Aqui fica um gostinho do que se pode rir, sendo que ao vivo arrepia mais.