Sacos, sapatos, bolas e contratos. T-shirts e velharias, calças, guardanapos, ferros e outros trapos, memórias e o que já não querias. Emoções, confusões, camisolas e calções, euros e trocos dados, vazios e aglomerados, pasmaceira e medalhões! Novidades e saudades, cuecas e meias para todas as idades, bugigangas e flanelas, cotelês e gangas, e tudo o mais que já sabes!
Caídos os pudores da socialite vigente, de tudo senti um pouco e da experiência muita, muita vi gente: foram betos e doutores, aleijados e safados, nacionais e estrangeirados, sacanas e drogados, condecorados ou sem louvores, curiosos e experimentados, pobres e abastados, de passagem ou ali plantados, malfadados e outros estupores! A todos vendi, a todos senti, a todos conheci e falei. Não sei de onde vim, mas sei que cresci assim, na experiência do que ali fiquei.
Fiz do cedo a necessidade da partida e ainda a noite era, quando da cama descolei. Passei do frio ao que depois se viu e chuvi da experiência, a veterania da amizade. Cruzei a fronteira da necessidade e passei para lado da vontade, a efectividade do teste que vi e senti. Troquei capas de ajuda por toldos de tradução, vendi esquecimentos de dor aguda e a nenhuma oferta disse que não. Vendi o passado para ajudar o presente e senti no acto dado, a marca do que já foi e agora não se sente.
Senti na chuva o frio do sol e aqueci na neblina da esperança a secura da mercadoria. Ajudei pró lado, vendi prá frente, fiz do molhado o valor do corpo quente. Sei que quase dei, mas senti que aproveitei nas 12 horas que ali passei, o reconhecimento das realidades que outrora ouvi e que agora já sei!
Dei mais um passo, na direcção do que é preciso. Para sentir que tudo faço, quando da vida não sinto cansaço e quando do que sei, faço sorriso! Foi assim que vendi e olhei, o cheiro da inclinação de uma cidade, que do meu berço fez a idade e da minha vitória o testemunho que dei.
- Tens calças, mano?
- Tenho de tudo, bacano!
- É só para trabalhar.
- É escolher e levar!
- Voltas cá prá semana?
- Se a vontade não me engana!
- Esse padrão já não veste.
- É do tempo, tá agreste!
- Este se calhar aperta.
- Fica a 5, é a nota certa!
- Lá em cima táva mais barato!
- Já viu bem a qualidade do sapato?!
P.S. – Se da vontade minha eu fosse, fazia da música 8 ali do lado, este meu fado, para criar o ambiente que a música nos trouxe.
Caídos os pudores da socialite vigente, de tudo senti um pouco e da experiência muita, muita vi gente: foram betos e doutores, aleijados e safados, nacionais e estrangeirados, sacanas e drogados, condecorados ou sem louvores, curiosos e experimentados, pobres e abastados, de passagem ou ali plantados, malfadados e outros estupores! A todos vendi, a todos senti, a todos conheci e falei. Não sei de onde vim, mas sei que cresci assim, na experiência do que ali fiquei.
Fiz do cedo a necessidade da partida e ainda a noite era, quando da cama descolei. Passei do frio ao que depois se viu e chuvi da experiência, a veterania da amizade. Cruzei a fronteira da necessidade e passei para lado da vontade, a efectividade do teste que vi e senti. Troquei capas de ajuda por toldos de tradução, vendi esquecimentos de dor aguda e a nenhuma oferta disse que não. Vendi o passado para ajudar o presente e senti no acto dado, a marca do que já foi e agora não se sente.
Senti na chuva o frio do sol e aqueci na neblina da esperança a secura da mercadoria. Ajudei pró lado, vendi prá frente, fiz do molhado o valor do corpo quente. Sei que quase dei, mas senti que aproveitei nas 12 horas que ali passei, o reconhecimento das realidades que outrora ouvi e que agora já sei!
Dei mais um passo, na direcção do que é preciso. Para sentir que tudo faço, quando da vida não sinto cansaço e quando do que sei, faço sorriso! Foi assim que vendi e olhei, o cheiro da inclinação de uma cidade, que do meu berço fez a idade e da minha vitória o testemunho que dei.
- Tens calças, mano?
- Tenho de tudo, bacano!
- É só para trabalhar.
- É escolher e levar!
- Voltas cá prá semana?
- Se a vontade não me engana!
- Esse padrão já não veste.
- É do tempo, tá agreste!
- Este se calhar aperta.
- Fica a 5, é a nota certa!
- Lá em cima táva mais barato!
- Já viu bem a qualidade do sapato?!
P.S. – Se da vontade minha eu fosse, fazia da música 8 ali do lado, este meu fado, para criar o ambiente que a música nos trouxe.
5 Bilhetes Comentados:
tu tens talento. Está muito giro este post. parabéns
Os posts que foram lidos no programa estavam óptimos! Os meus parabéns pela forma como escreve.
Cumprimentos
Eu diria mesmo, olha que belo post!
A veterania da amizade é qualquer coisa de belo: o conceito e o modo como foi escrito, Lindo!
Parabéns pelo post.
A melhor recompensa para qualquer leitor é sentir que há vida para além das palavras!
A passagem: "Senti na chuva o frio do sol e aqueci na neblina da esperança a secura da mercadoria. Ajudei pró lado, vendi prá frente, fiz do molhado o valor do corpo quente." está simplesmente genial!
Obrigada;)
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