Jantar às Escuras

Não, não foi um problema da EDP nem um corte por falta de pagamento. Foi mesmo uma escolha e uma surpresa boa (como sempre!). Escuridão, comida vegetariana e gastronomia molecular deram as mãos (e nós também muitas vezes porque ajuda a sentir onde estamos) nesta noite de sensações sem luz.

A ansiedade de uma experiência diferente transpôs-nos para o outro lado de uma cortina de emoções novas. O primeiro impacto é brutal e aguardamos tolhidos na fila que alguém que se movimenta como se houvesse luz nos conduza ao nosso lugar. Passados os pequenos encontrões da falta de hábito sentamos o nervosismo e damos início ao processo de adaptação e consequente aumento da tranquilidade. Entre nós, uma mesa de expectativa, sabe-se lá de que cor e aspecto, prepara-se para ser o palco de um desfilar de sabores mágicos e estimulantes. O mapa posicional de tudo o que lá vai sendo colocado é traçado numa voz doce e experiente que nos orienta por todos os passos.

O paladar e o olfacto chegam-se à frente na importância da noite e assumem o papel de liderança na aventura do estímulo. Alguns sabores e cheiros foram descobertos, outros nem por isso. O desenho de sabores teve origem na criatividade da Paula Cascais (dona do restaurante e da ideia) e foi pensado para provocar emoções. Tudo se saboreia, tudo se arrisca e tudo se adivinha (pelo menos tenta). Enquanto o degustar se delicia, não há tempos mortos, silêncios nem trocas de olhar. As sensações estão à flor da pele e as partilhas também.

Muito obrigado à Ana Serôdio por nos ter acolhido tão bem naquele que é o seu mundo de todos os dias e que foi nosso por uma noite. A não perder por luz nenhuma!

Duas experiências extra: ir à casa de banho e tentar “roubar” comida do prato da frente sem ser apanhado e, sobretudo, sem derrubar os copos. Aqui fica uma foto do jantar…




P.S. – Como o que é bom merece ser divulgado esta emoção toda pode ser encontrada no Restaurante
Bem-Me-Quer.


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