Desviados os caminhos da escrita, procuro na base do pensamento o tempo. O tempo que foge às letras e que acumula vontades em página vazias de emoção. O tempo que fecha a torneira da inspiração deixando apenas um gotejar de esperança. O tempo que cobre as janelas da alma enquanto um raio de sol insiste em espreitar por trás da oportunidade. O tempo que não rega o jardim dos livros e que deixa secar as folhas da palavra.
Já é tempo de encontrar esse tempo.
Desviados os caminhos da escrita, procuro na base do pensamento a dúvida. A dúvida que me assola o lápis em cada linha. A dúvida que não me deixa mergulhar no futuro. Essa mesma dúvida que faz gritar o silêncio ausente em cada poema deixando surdos os entendidos. A dúvida que chora na apatia do momento.
Não há dúvida que a dúvida está desfeita.
Desviados os caminhos da escrita, procuro na base do pensamento a paixão. A paixão que faz nascer a palavra pensada, que a faz viver escrita e que a mata em suaves golpes de leitura. A paixão que entorna o copo cheio do amor por cada livro. A paixão da doce partilha caramelizada em cada sonho salgado.
A paixão pela paixão está viva.
Desviados os caminhos da escrita, procuro na base do pensamento a ideia. Finalmente arranjei tempo para que não houvesse dúvida que a paixão pela ideia estará sempre por aqui.
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Certezas dum tempo inspirado que nos atrai pelos caminhos das palavras e nos deixa um sorriso pela qualidade da escrita tão sublimemente imaginada.
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