António Ébano e Maria Mármore estavam de costas voltadas para o entendimento. Faziam do equívoco o desafinar da melodia e por muito que se apertassem as cordas, nada soava a tranquilidade. O destino músico bem se esforçava por seguir a pauta da vida mas a razão não resistia ao compasso da discórdia.
As teclas brancas olhavam de soslaio para as teclas pretas. O clima de suspeição deixava cair uma névoa de tristeza e rancor que não permitia ver sorrisos por trás da cortina. Eles até existiam. No entanto, estavam pintados de orgulho. Os acordares eram avessos e os adormeceres angustiados. Ambos choravam por dentro mas no silêncio da dúvida.
Contra explanação, um milagre aproximou-se do piano exactamente um ano depois do seu último concerto. Mandou as pautas da discórdia para o chão e substituiu-as pelo andamento futuro. Sentou-se, aqueceu bem as mãos e começou a tocar.
Uma doce melodia de entendimento encheu o ar do momento enquanto António e Maria subiam e desciam comandados por uma vontade que não percebiam. Todas as teclas se uniam na razão de uma música de sentimento, pautando cada nota pelo aprimorar do mais puro dos sons. Os suaves compassos do fundamento preenchiam os espaços do silêncio com colcheias de tudo o que sempre foi.
Finda a música, o milagre (do Amor) levantou-se, recolheu as suas folhas e partiu para outros pianos. António e Maria abraçaram-se de emoção e perdoaram os anteriores silêncios cantando em uníssono. Na escada do futuro selaram a conquista com um beijo. E que beijo!
As teclas brancas olhavam de soslaio para as teclas pretas. O clima de suspeição deixava cair uma névoa de tristeza e rancor que não permitia ver sorrisos por trás da cortina. Eles até existiam. No entanto, estavam pintados de orgulho. Os acordares eram avessos e os adormeceres angustiados. Ambos choravam por dentro mas no silêncio da dúvida.
Contra explanação, um milagre aproximou-se do piano exactamente um ano depois do seu último concerto. Mandou as pautas da discórdia para o chão e substituiu-as pelo andamento futuro. Sentou-se, aqueceu bem as mãos e começou a tocar.
Uma doce melodia de entendimento encheu o ar do momento enquanto António e Maria subiam e desciam comandados por uma vontade que não percebiam. Todas as teclas se uniam na razão de uma música de sentimento, pautando cada nota pelo aprimorar do mais puro dos sons. Os suaves compassos do fundamento preenchiam os espaços do silêncio com colcheias de tudo o que sempre foi.
Finda a música, o milagre (do Amor) levantou-se, recolheu as suas folhas e partiu para outros pianos. António e Maria abraçaram-se de emoção e perdoaram os anteriores silêncios cantando em uníssono. Na escada do futuro selaram a conquista com um beijo. E que beijo!
2 Bilhetes Comentados:
Brilhante, simplesmente brilhante!!
Onde houver música, haverá sempre amor e onde houver amor haverá sempre música. Não é assim?
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