AUSÊNCIAS – 3 (Uns ficam, outros vão)

Arde-me o peito do vazio que sinto. A passagem fulminante que teve nas nossas vidas, deixou a marca do desalento e da esperança perdida. Tento levitar e olhar para baixo com a distância de quem está de fora para pensar que não é nenhum drama. E não é. Mas custa muito, lá isso custa! Foram 3 dias de ansiedade e luta por uma vida presa por um fio que acabou por se partir. Trouxe-me à memória um Tio, outrora ido, que da comparação não serve, mas foi mais um olho que se apagou…






Mas se uns vão outros ficam, e se a Blimunda Sete-Luas passou e marcou, o Baltasar Sete-Sóis está cá e respira saúde. Fizemos da companhia uma ideia e tentámos da boa acção fazer uma razão. Não quis o destino que assim fosse. Mas tentaremos de novo, na certeza de que o que fazemos, fazemos bem feito, e a preceito!





Curiosa a sintonia que faz desta sinfonia a procura de uma companhia. A dádiva de receber pode ser uma certeza, porque por vezes a comunicação não verbal ajuda a um entendimento noutras plataformas. Também o Caju e o Banjo, que fazem da irmandade vivência, passeiam alegremente pelas nossas realidades. Preenchem vazios em vez de substituições e ocupam o seu lugar próprio nesta história. A estes 5 amigos, deixo a certeza de que não me esqueço deles. Aos que ficam e aos que já foram!




2 Bilhetes Comentados:

Patti disse...

E custa a passar. Também sei do que falas, infelizmente.
A compensação é que a sua presença é sempre sentida.
Nos humanos isso pouco acontece; deve ser privilégio dos animais.

Anónimo disse...

Há muito tempo que acho que a melhor razão para não querer viver eternamente é não ter que enterrar os amigos. Estes, de quatro patas, são tão preciosos como os outros mas duram menos...ou melhor, vivem menos...Podemos não os adoptar, não nos deixarmos afeiçoar, não pensar sequer que existem mas isso é como não amar para não sofrer...e viver no consolo de estarmos eternamente mortos. Estou contigo nas luas e nos sois.f