Na burocracia os assuntos são resolvidos por um conjunto de funcionários sujeitos a uma hierarquia e regulamento rígidos, desempenhando tarefas administrativas e organizativas caracterizadas por extrema racionalização e impessoalidade, desnecessárias ao funcionamento do sistema. Não me admira, por isso, que o termo latino burrus, esteja na origem desta palavra!
Na exasperação constante de quem tem que desalfandegar frequentemente encomendas oriundas dos States (é certo que não pertencem à União Europeia, mas se vier do Japão é mais fácil), deparo-me com a combinação brilhante entre a burocracia e as nossas alfândegas… o conhecido movimento denominado por Alfândecracia!
Este movimento muito característico no Norte do país (não consigo perceber porque é que estando eu em Lisboa, é sempre à alfândega do Porto que as coisas vão parar!), tem vindo por aí abaixo até ao dia-a-dia da minha sina. Alvo de telefonemas constantes, recorro a toda a minha sapiência em artes burocráticas e esgrimo o melhor que posso a defesa das mercadorias até à estocada final!
Depois de 555 telefonemas, 50 faxes a explicar detalhadamente o que não é mais detalhável; 10 juramentos solenes em como não é uma transacção comercial; 20 teorias da conspiração esmiuçadas e reveladas;, 300 identificações pessoais (já lá devem ter quase todos os meus números… acho que só falta o do videoclube) e muitas cabeçadas de desespero minhas, recebo as famigeradas encomendas que demoram 3 dias a chegar ao Porto (dos States, relembro!) e duas semanas a chegar a Lisboa!
Ele há distâncias, sobretudo as burrocráticas, difíceis de ultrapassar!
* Robert King Merton – Sociólogo americano (ainda bem que nunca veio dentro de um pacote para Portugal, porque se não nunca mais cá chegava) teorizador e combatente da burocracia. Morreu no ano de 2003, no dia em que eu celebrava o facto de ter nascido. Tinha que haver uma ligação entre nós!
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