Um verdadeiro amor nunca se esquece

Março era o mês. O ano era o de 2003. Entrei e estavas encostado à parede. De todos, foste aquele. Foste o que me lançou anzóis aos olhos, e eu, que nem um peixe, deixei-me ir preso na linha da atracção. Não sei o que foi que mais me agradou em ti, mas foi um verdadeiro amor à primeira vista.

Estavas num esplendor imponente, mas não altivo. A luz incidia em ti realçando as tuas cores e dando um brilho mágico às tuas tonalidades. Com a ousadia própria de quem sabe que é bonito, chamavas por mim. E eu fui. Fui sem pensar no porquê. Fui fascinado pelo arrepio que me causava olhar para ti. Simplesmente fui.

Nesse dia tinhas 10 anos. Agora que tens 16, não sei onde estás e não há um dia em que não me arrependa de não ter sabido mais sobre ti. Onde moravas, para onde ias, de onde vinhas… Sei apenas o nome do teu pai: Hilário Teixeira Lopes.

Lamento que na altura o número que tinhas ao teu lado na parede, me tenha assustado tanto, mas a realidade é que me apaixonei por ti e até hoje nunca te consegui esquecer. Guardo a tua foto e olho-te muitas vezes. Por onde andarás? Quem terá o prazer e o privilégio de olhar para ti todos os dias?



A inveja é um sentimento feio, mas existe e eu tenho inveja de quem estiver contigo. Se algum dia quiseres dizer onde estás, como têm sido estes anos para ti… vou querer saber tudo! Beberei com sofreguidão o teu trajecto e tentarei rir de alegria. Até lá mantenho acesa a chama da saudade, com a certeza que jamais te esquecerei.

Um abraço de todas as tuas cores.


P.S. – Se alguém souber do teu paradeiro, gostava mesmo de saber…


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