Teatro Gastronómico

Sábado que começou em trabalho, e continuou em trabalho, acabou em teatro. Acabo por nunca perceber a inércia que afasta a maioria de nós desta forma de expressão viva, porque sempre que cedo à inteligência e me deixo assistir, fico encantado com o que vibro. Se em cada três idas ao cinema, fosse uma ao teatro entraria numa sala de espectáculos várias vezes por ano… mea maxima culpa. Mais algum culpado por aí?



O Deus da Matança de Yasmina Reza, em cena no Teatro Aberto, surpreendeu-me pela energia vivida numa sala azul com apenas 1/3 dos espectadores possíveis, o que se notou no arrepio triste do som de poucas palmas (embora reconhecidamente batidas por quem lá estava) no final. Notáveis interpretações (Paulo Pires, Joana Seixas, Sérgio Praia e Sofia de Portugal), muito riso, muita verdade e muito assunto para conversa de jantar.




Por falar em jantar… que extraordinário o restaurante (Pano de Boca) com que nos brinda o cair do pano no Teatro Aberto. Além do ambiente acolhedor e da agradável música ao vivo, podemos deixar-nos levar (eu deixei), por exemplo, por Medalhões de javali com molho de rosmaninho e natas, cogumelos bravos, rösti de batata, couve de bruxelas com bacon e pêra com bagas de murta e depois, porque não, uns Morangos frescos em massa folhada com gelado de baunilha e chantilly. Babam-se-me as teclas só de recordar tudo isto, que se consegue por um preço bastante acessível (com 10% desconto para quem traz o bilhete do espectáculo) e que merecia um muito maior destaque da parte de comunidade gastronómica. Adorei e espero voltar (de preferência em breve).

Sejam amiguinhos dos vossos estômagos, e da vossa cultura, e façam, se não uma, pelo menos as duas coisas. Vão ver como eles agradecem (ambos os dois).

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