Dar as mãos

Volto à praia da minha vida
Para ver a razão cumprida
Para acertar o relógio da mente
Que a qualquer momento sente
Que em toda a parte se parte

Sabemos do tempo que é tempo
Sabemos da vida que morre
Crescemos juntos ao momento
Crescemos juntos o sentimento
Andamos onde alguém corre

Damos as mãos de esperança
Sentimos em nós a criança
Fazemos do sonho razão
Acertamos agulhas de mar
Afundamos qualquer confusão

Se da escolha sabemos tirar
Se do caminho damos a volta
É porque temos vontade de dar
É porque queremos acompanhar
A paixão que o amor revolta

E porque da alma fazemos sentidos
Declaro ao vento da verdade
Sejam brandos os que estão perdidos
Sejam encontrados os perseguidos
Dêem as mãos os que não têm vontade

3 Bilhetes Comentados:

João disse...

O "Dar as Mãos" está bom! Mas o último verso está excelente.

Ponto de exclamação.

JAG

Unknown disse...

Acho que é título de algum livro, o comentário que me ocorre "quem me dera ser onda"...nessa praia.
Brutalíssimo : - )

Anónimo disse...

Não é surpresa. Sempre esperei. Mais tarde ou mais cedo a poesia tinha que aparecer. É um poema meditado. E difícil: tenho que aprender a reler."Dêem as mãos os que não têm vontade" - fácil, é o caminho para o Mundo solidário. É por isso que o Mundo não é. Dífícil o poema porque tão fácil a solução. Já me contentava que as pessoas dessem as mãos quando tivessem vontade - ao menos tinham alguém por perto... Hei! Eu estou por perto, não te esqueças