Discuto a razão da vida, que faz do cerne a questão das palavras incorrectas. Ladeio a imagem sagrada, de acólitos momentos de dúvida e angústia. Desço as escadas da descoberta, inseguro do patamar alcançado. Julgo as certezas alcançadas e esqueço as memórias vividas. Colecciono sentimentos pensados e troco espontaneidades adquiridas.
Quando do velejar faço caminho, percebo o navegar da derrota à sombra da nuvem que me acompanha e sinto na memória a arma esquecida da descoberta. Naufrago o que penso conseguir em direcção ao fundo constante das evidências, numa amálgama de cascos e rombos.
No cemitério do crescimento enterro sonhos e desejos. Abro campas de novas ideias e mudo flores noutras tantas. Escuto o silêncio da incompreensão gritada e procuro entender os gritos mudos da revolta que me rodeia. Donde vem tanto barulho?
Sinto a pressão das vontades e penso, a cada braçada que dou, ter alcançado a ilha da tranquilidade depois de nadar no desespero da procura. Afinal não… nado para outra mais à frente. Nadarei sempre até me afogar! Até lá vou escrevendo…
3 Bilhetes Comentados:
é esta inquietude que gera a necessidade de criar. Neste caso ciras uma ordem de palavras que tu escolhes. Não usas o pronto- a -escrever tão na moda entre nós. A tua prosa é a tua prosa. E, neste caso, a tua poesia. Um beijinho, Bruno! És tu o revisor a quem devo mostrar o meu bilhete de ida. Obrigada por esta viagem!
Onde se lê ciras, deve ler-se: crias.... Esta minha disteclia!!!!!
Uma vez, numa viagem à Bulgária, fiz uma visita turística horrível, desinteressante e mal organizada. O guia, para se desculpar, disse que era um princípio da dialética: sem momentos maus, não se apreciam os bons. Convenceu-te? A mim também não...
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