Condicionantes: Ambiente de casal. Falar de A, através de B. 15 minutos.
A – Um mata o outro
B – Fazer a barba / Passar a ferro
Fazer a ferro a barba passada
Manuel Joaquim gostava de fazer a barba no banho. Enchia a banheira de água e sentava-se lá dentro. Depois pegava na máquina e cuidadosamente (para não molhar o fio) barbeava-se ao som do seu trauteio.
Em cada dez vezes que o fazia, ouvia onze:
– Oh homem! Tu qualquer dia deixas cair a máquina na água e depois vais fazer a barba, mas é para o outro lado!
Indiferente a estes reparos, mantinha este hábito todas as sextas-feiras ao fim da tarde, quando se arranjava para ir sair… com a(s) outra(s). Este facto, quase consumado como hábito, era sabido e aceite. Talvez mais sabido que aceite, mas talvez… ou talvez não!
O que é certo, é que nessa sexta-feira, última de vida, enquanto Manuel Joaquim se barbeava com a alegria semanal, Dulce Maria foi passar a ferro na casa de banho.
– Querem lá ver isto!? Emparvaste de todo, mulher?!
– Oh querido, deixa-me estar aqui contigo um bocadinho… depois vais-te embora e só te vejo amanhã. Assim, enquanto eu passo vamos falando!
Estranhando de morte (mal ele sabia!) esta atitude, continuou na demanda pelar desbastando com inquietação. Mais estranhou, quando o habitual reparo da máquina foi substituído por um:
– Estou a passar a tua camisa pérola de folhos, que é para ires bonito.
Se estivesse a comer tinha-se engasgado, mas como não estava prendeu apenas um pêlo do bigode estimado, que não era suposto cortar. Mirrava a sua masculinidade na banheira, perante a estupefacção e o assombro. Só podia ser loucura!
– Queres que passe as calças castanhas de bombazina? Ficavam bem com esta camisa.
(silêncio)
– Dulce Maria… estás bem filha? Estás a começar a assustar-me.
– Ora essa?! Porquê? Por não querer o meu homem a sair todo maltrapilho com outras mulheres?
– Oh Dulcinha… quais outras mulheres? Tu achas que eu era capaz… eu vou jogar poker com os amigos…
– …
Perante um encolhimento masculino em banheira onde já não havia boa esperança, agigantou-se um Adamastor de ferro na mão, bramido ao compasso de um olhar furioso de muitos anos de tormentas.
Um ferro largado do cabo da certeza, acabou por ser a tempestade em banheira de água.
A – Um mata o outro
B – Fazer a barba / Passar a ferro
Fazer a ferro a barba passada
Manuel Joaquim gostava de fazer a barba no banho. Enchia a banheira de água e sentava-se lá dentro. Depois pegava na máquina e cuidadosamente (para não molhar o fio) barbeava-se ao som do seu trauteio.
Em cada dez vezes que o fazia, ouvia onze:
– Oh homem! Tu qualquer dia deixas cair a máquina na água e depois vais fazer a barba, mas é para o outro lado!
Indiferente a estes reparos, mantinha este hábito todas as sextas-feiras ao fim da tarde, quando se arranjava para ir sair… com a(s) outra(s). Este facto, quase consumado como hábito, era sabido e aceite. Talvez mais sabido que aceite, mas talvez… ou talvez não!
O que é certo, é que nessa sexta-feira, última de vida, enquanto Manuel Joaquim se barbeava com a alegria semanal, Dulce Maria foi passar a ferro na casa de banho.
– Querem lá ver isto!? Emparvaste de todo, mulher?!
– Oh querido, deixa-me estar aqui contigo um bocadinho… depois vais-te embora e só te vejo amanhã. Assim, enquanto eu passo vamos falando!
Estranhando de morte (mal ele sabia!) esta atitude, continuou na demanda pelar desbastando com inquietação. Mais estranhou, quando o habitual reparo da máquina foi substituído por um:
– Estou a passar a tua camisa pérola de folhos, que é para ires bonito.
Se estivesse a comer tinha-se engasgado, mas como não estava prendeu apenas um pêlo do bigode estimado, que não era suposto cortar. Mirrava a sua masculinidade na banheira, perante a estupefacção e o assombro. Só podia ser loucura!
– Queres que passe as calças castanhas de bombazina? Ficavam bem com esta camisa.
(silêncio)
– Dulce Maria… estás bem filha? Estás a começar a assustar-me.
– Ora essa?! Porquê? Por não querer o meu homem a sair todo maltrapilho com outras mulheres?
– Oh Dulcinha… quais outras mulheres? Tu achas que eu era capaz… eu vou jogar poker com os amigos…
– …
Perante um encolhimento masculino em banheira onde já não havia boa esperança, agigantou-se um Adamastor de ferro na mão, bramido ao compasso de um olhar furioso de muitos anos de tormentas.
Um ferro largado do cabo da certeza, acabou por ser a tempestade em banheira de água.
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