Saga do Saco #4

TEXTO D (perspectiva à escolha)

"4ª Pessoa” – O Saco


Ser saco é ser mais alto. É ser maior do que um balde, plastificar como quem reja, é ser plástico e dar como quem seja, rei do reino da transformação sem pudor!

Florbela Esplástica



No Planeta Plasticúrio, um saco está no topo da cadeia plástica de transformação. Tudo o que em nós entra de uma maneira, avança ou recua na sua própria linha temporal. Embora me sentisse bem no meu planeta, estava cansado de transformar plástico e decidi viajar. Apanhei boleia de uma sonda terrestre e mudei de ares!

Gosto das novas transformações que faço, que aqui se traduzem em recuar ou avançar idades de pessoas (os habitantes deste planeta) e/ou mudanças de sexo (o que no meu planeta seria mudar de saco para saca e vice-versa). Houve um grupo que me apanhou (numa zona chamada Felgueiras) e que descobriu o que podia fazer comigo. Usaram e abusaram de tal maneira, que decidi fugir. Por isso, estou agora mais para sul num parque de uma outra cidade.

Já estava habituado a viver neste parque, quando senti que tinha sido descoberto pelo grupo de Felgueiras. Numa noite plástica destas, deixava-me deslizar pelo parque, transportado pelo vento, quando vejo um membro bebé do grupo a gatinhar desalmadamente em direcção a mim.

Num banco, com olhos, mais atrás, estava sentado um humano de consideráveis dimensões que olhava atónito e ofegante para o bebé. Pareceu-me que esboçava um esgar de tentativa de movimentação, mas não passou disso mesmo, pois não se mexeu nem um milímetro.

Enquanto eu aventava fugidiamente, senti que um arbusto (também com olhos!) me agarrava por trás (cobarde!) o que permitiu que o membro bebé conseguisse entrar em mim. Experimentado que estava no meu uso, rapidamente fez o que devia para se transformar. No entanto, esqueceu-se que eu estava agarrado pelo arbusto e enquanto eu esticava, esticava na transformação, passou tempo demais e o membro saiu já velho.

Mas foi aqui que eu fiquei plasticamente atónito. Quando o velho saiu de mim, um bando de humanas histéricas e nuas, saltaram-lhe em cima e imobilizaram-no no chão prendendo os seus braços e pernas com algemas. Nisto, o arbusto levantou-se e o banco também, embora não parasse de gemer, numa confusão de humanos e sirenes e gritos histéricos e aproveito que ninguém vê e deixo-me ir com o vento!

Fui!




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