Vernácula Primavera em Dia da Poesia

Abraços de cultura soam a poesia morta

Em dia que deviam ser todos.

Cantam-se primaveras, edificam-se palavras

Marcham-se poetas e soltam-se amarras

Aos molhos, aos montes e aos toldos.


Soam flores de pouca leitura

Em campos de obras esquecidas.

Colhem-se poetas de fachada

Plantam-se literários de gabinete

Lambem-se livros em falso minete.


... E então?!



Então...


Ergam ao sol a magia da letra

Façam da vida revolta de poeta.

Dancem abraços, gritem convulsões

Esqueçam agravos e cantem liberações.

Pois na volta do amanhã está a cultura rabeta.


E quando do imposto lerem despesa

Agarrem-se aos cornos de qualquer poesia

Militem palavras de forte presença

Apaguem esforços de frase vazia.

Se da merda já lida riscaram vinhetas

Façam da poesia a maior das punhetas.


... E depois?!



Depois...


Celebrem esta Primavera de poetas

Em país de grandes e dias esquecidos

Encham o peito de todas as letras

Abracem autores, fiquem embevecidos.

Que este dia cheire à força das minhas tretas

Em registo de flores e poesia de profetas.


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