Injustiça – II (FRASEANDO #18)

De novo, grito as entranhas da revolta mergulhado em sabor amargo de injustiça. As lassidões circunstanciais de delito infligido, cravam na carne da desonra setas de inverdades descontextualizadas de razão.

Aguentar faz parte do jogo, seguir em frente também. Mas perante a impotência da demonstração, fica a certeza de sabermos no interior o que está bem, o que é justo. Curto? Depende da dimensão do consolo.



Percorrer os campos da vergonha, agarrado ao vento do descontentamento, gritando a peito aberto contra a sacanice do próximo, acalma por momentos a revolta. Mas ela volta, e pudemos contar sempre com mais facadas de onde não esperamos. Entranhamos?

Como em todas as histórias sem final, cada capítulo ajuda a esquecer o anterior. A desilusão passa em cada frase e vai-se escondendo do pensamento. No entanto, e a qualquer momento, folheiam-se alguns passados ultrapassados – ou não – para lembrar que em qualquer orquestra há instrumentos desafinados.


P.S. – Dedicado à desigualdade e às chefias idiotas, aos árbitros que roubam e a outras cotas.



Se sofreu uma injustiça, console-se; a verdadeira infelicidade é cometê-la.

Demócrito

Demócrito de Abdera
(460-370 a.C.)

2 Bilhetes Comentados:

Anónimo disse...

Se chega o consolo de sabermos interiormente o que está bem? Não, não chega para afastar o amargo de boca.
Vai acontecendo repetitivamente na nossa vida, sem se fazer anunciar, e nunca nos habituamos.
Mas a grande infelicidade é mesmo cometer injustiças.

Pedro Barros disse...

Sporting sempre!