Saga do Saco #2

TEXTO B (1ª pessoa)

Tenho que lá chegar… tenho que lá chegar! Nunca mais acerto com isto. Tanta mudança de corpo e nenhum me serve. Mas porque é que eu não ouvi as instruções com atenção?!

Se bem me lembro, diziam que tinha que ser de noite, num parque da cidade e para ter atenção à cor do saco que tem que ser de plástico (está visto que não têm consciência ambiental!). Já sei que não pode ser amarelo porque fiquei dentro de um corpo de mulher, verde também não porque saí bebé, vamos ver se naquele azul acerto. Afinal, tenho 20 anos e estou a gatinhar vestido com um babygrow, num parque nojento, atrás de um saco de plástico azul. Se ao menos o vento parasse.

Estou quase, maldito saco! Ainda bem que a esta hora não se vê ninguém… raios! Aquele gordo sentado com ar de morto vivo está a olhar para mim com cara de parvo. Queres ver que ainda se lembra de me pegar ao colo? O que vale é que parece ter um andar mais lento que o meu gatinhar.

Boa! O saco ficou preso num arbusto. Já tenho os joelhos em sangue, é agora!

Deixa cá ver se é desta: já estou cá dentro, dou 3 voltas enrolado no saco, declamo um poema, ponho os dedos no nariz, faço força e espero… espero… já me sinto a crescer… e a ficar mais velho… está a funcionar… finalmente, estou a crescer! Tenho cabelo, e barba!

(demasiado crescimento depois)

Espera, espera lá… estou a crescer de mais, a envelhecer demais… não!!! Saco errado outra vez! Será que tem de ser um do Continente? Os do Pingo-Doce são pagos… serão melhores?!




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